domingo, 30 de março de 2008

ME PERCO


Não há nada
Que não faça por mim,
Nada.
E cada vez
Que um pedaço que amo,
Se vai,
Perco um pedaço de mim...
Perco o rumo.
Não sei o que deixo pra trás...
Nesses momentos,
Me encontro com uma estranha
Que vive
E respira dentro de mim.
E eu sinto,
Que a verdade
Não é o que seus olhos vêem.
Elas vem de mãos e pés,
Que convivem dentro de mim.
Que esse momento me fale
O que não sei mais...
Que seja forte,
Pois meus olhos permanecem,
Com algo a dizer.
Pensam na vida
Como se fossem carregá-la
No olhar.

O QUE SE DEIXA AO SAIR...


Seu sorriso encontrou
A alma feita.
Entrou
Como se ali fosse seu lugar
E a noite passou assim,
Como a muito queria,
Como a muito não se via cortejada...
Hoje não vou dormir,
Para que essa noite transborde
E se farte.
Deixe todo mundo ver
O segredo da calma
Estampado na cara.
Hoje a noite não vai dormir...
Vai ficar sem saber o que fazer,
Na hora que se soltar
Do abraço.
Quarto vazio
Cama que espera,
O que passa da porta,
E fica
Ao sair...

FECHO A PORTA


O que pertence a mim
É tudo que eu tenho.
Por instinto,
Tomo a direção errada
Como a melhor coisa a fazer...
Parece que tudo e as pessoas
Vão morrendo antes de mim,
O duro é não ver mais...
Isso me assusta mais que o vazio,
Mais que a simpatia.
Isso inquieta o inquieto,
Que mora na mesma rua que eu
Sinto seus passos,
O estalo de seu pensamento
Me inunda de um sonho,
Que não pode se realizar.
Os fantasmas descansam,
Como se não houvesse
Outra coisa a fazer...
Enquanto vivo o azul,
O prazer é todo meu,
Mesmo não podendo comprar
O que não tenho.
Fecho a porta,
Para que não saia
O que mais quero.